segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Pensamentos pós aceleração da mente

Cá estava eu, deitado em minha cama, pronto para dormir. Eis que me aparece um pernilongo zunindo em meu ouvido. Dois primos meus – ambos mais pigmentados que eu – dormiam tranquilamente no quarto enquanto eu me contorcia com aquela merda de barulho na minha orelha. Com o cérebro ainda meio atordoado, comecei a pensar.

“Muriçoca metida da porra. Só gosta de sangue de branco. Dois pretos e ele vem logo em mim. Pernilongo é igual gente. Só que come sangue. Pra eles, nas veias de um preto corre uma tonelada de feijoada. O sangue de candango, é feito uma buchada de bode, daquelas bem caprichadas, que dá uma suadeira que só ela. Já o coração dos branquelos (como eu), bombeia um sangue que parece ter vindo de um restaurante fino. Aquela mixaria de arroz, uma vitela minúscula e uns verdinhos pra enfeitar. Não mata a fome como a feijoada, a buchada de bode, o tropeiro, o mexidão etc. Em compensação, deixa o ego maior que o mundo. Bem que eu falei desde o início. Muriçoca metida pra porra cara.”

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