sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Apenas um desabafo

Existem pessoas que se destacam muito quando se vê, e a 1ª impressão que se tem é de uma pessoa intocável. Eu tenho uma mania horrível de julgamento, por mais que eu saiba que sou um merda, eu sempre julgo e rotulo a todos. Primeiro eu encaixo elas dentro de algum padrão, e só então penso se é alguém conversável ou não.

Existe também uma menina. Eu a vi pela primeira vez e pensei: “Ih! É Cult. Esnobe, vai conversar comigo me chamar de idiota e ficar torcendo o nariz o resto da vida. É melhor eu nem cumprimentar ela.” Mas aula vai, aula vem. Bares vão, bares vem (E ela gosta de um bar), e eu acabei esquecendo do rótulo e fui tomar cachaça com ela. E foi aí que algo maravilhosamente estranho, ou estranhamente maravilhoso, aconteceu.


Ela me beijou, e foi ela mesmo, eu estava bêbado e se são já não reajo, nessa condição então, eu sou um vegetal. Quando o álcool passou, eu fiquei super feliz, até porque ela era intocável, e eu não acho alguém intocável atoa. Ela era linda, e tudo quanté adjetivo legal que tem no mercado. Mas ela ... ela mal lembrava de mim. Mentira, ela lembrava, mas sabia que só tinha feito aquilo por causa da bendita pinguinha que, estrategicamente ou não, eu ofereci.


Quando a gente se encontrou novamente foi aquela coisa. Eu havia pensado nela o tempo inteiro, e quando a avistei chegando meu coração bateu mais rápido e eu comecei a suar. Virei a cara, fingi que não tinha visto. Só bem mais tarde fui tentar conversar, aquele papinho de angu, como quem não quer nada. Mas aí eu fui perdendo um pouco a vergonha, e me ofereci pra levá-la ao ponto. Foi aí que outro beijo aconteceu. Foi horrível, eu quase tive que segurar a cabeça dela pra beijar. Por ter percebido que ela nem me queria fiquei nervosíssimo, beijei mais ou menos igual da primeira vez que havia beijado alguém na vida. Mas foi bom, eu passei a acreditar que estivesse ficando com ela. Algo me convenceu disso.


Mas então as coisas foram passando, e ela só fugindo de mim. Mas eu não sei como (com toda a minha feiúra, que acaba virando charme) eu “conquistei” ela. E tudo foi se passando bem, apesar de várias desavenças que foram seguidas de quase “términos” por parte dela. 1 mês, 2 meses, 3, 4, e pronto: eu peço ela em namoro (apesar de já desejar fazer isso desde o 2º mês). Foi legal, algo bem diferente do normal, eroticamente romântico sabe. Foi lindo.


Pouco a pouco eu ia conhecendo ela, pisei na bola várias vezes, mas ela também não era santa. Essa coisa de namoro é difícil, fica mais fácil machucar o outro. Mas a gente foi superando, eu aprendendo com ela e ela aprendendo comigo. Da mesma forma que eu me apaixonei antes, eu fiz tudo antes (literalmente tudo) e isso me fazia achar sempre que ela nem ligava pra mim. Mas ela realmente foi me mostrando que gostava de mim. E nós vivemos momentos lindos. Eu passei a amá-la. Mas isso era até doído, por achar que ela nem pensava em me amar (ela sempre dizia que nunca havia amado ninguém). Até que um dia essa palavra, que tanto me amedrontava, saiu da minha boca. Mas eu custei a repeti-la, até o dia em que ela, a cachaça, fez ela revelar que também me amava.


Bem que Jesus falava, amar e ser amado é do caralho, logicamente que ele disse com outro vocabulário. O que importa é que tudo ficou mais colorido de repente. As pessoas podiam passar ao meu lado, me chamar de gordo e cuspir em mim que eu simplesmente olharia de volta pra ela e sorriria.


Mas foi então que algo aconteceu. O amor me cegou e me fez acreditar que tudo seria perfeito e lindo pra sempre. E a cegueira me fez falar besteiras, esquecendo que ela também tinha com o que se chatear. E ao ouvi-la dizer que a chateei por ter falado besteira, a cegueira me fez perder a cabeça e me fez agir quase que como o babaca que bate na mulher e acha que está certo (lógico que eu não bati nela). E isso foi a última coisa que posso dizer, pois do passado já cheguei ao presente, e falar do presente é sempre mais complicado.


Ser amado e ferir o seu amor é como pegar uma faca quente e tentar atravessar a sua genitália. Dói, e arde. Mas arde no peito. E arde mesmo. Aquele ardor de uma vontade de chorar. São as lágrimas, contidas por orgulho, fazendo um tumulto de revolta por querer sair de dentro de você. E se arrepender é uma coisa difícil. Eu me arrependi, e falei com ela. Mas ela não reagiu como eu desejava. E é só por causa disso que estou aqui, escrevendo esse quase manifesto de amor. Pra mostrar o meu arrependimento e tentar calar essa dor no meu peito. É só pra tentar mostrar pra ela que eu a amo e abro mão do meu orgulho e até me derramo em lágrimas por causa dela. Tentar dessa maneira conseguir seu amor de volta. Mas esse final é só pra mostrar pra ela q ela é você, e que na verdade eu amo é você. 

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